Medicamentos antidepressivos
-Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS)
Componentes principais: Sertralina (Zoloft), Citalopram (Procimax), Escitalopram (Lexapro), Paroxetina (Pondera) e Fluoxetina (Prozac).
São medicamentos utilizados com muita frequência devido a baixa taxa de efeitos colaterais, o que é importante para a boa adesão ao tratamento. Os efeitos colaterais mais comuns são digestivos e incluem dor abdominal, náuseas e em alguns casos diarreia ou constipação intestinal. Redução de libido ou problemas de ereção não são raros e podem ser problemáticos, porém tendem a melhorar com o uso continuado da medicação. O peso tende a se manter estável, porém perda ou ganho leves podem ocorrer em alguns pacientes. Cefaléia, insônia, tremor e suor excessivo também são possíveis, mas não acontecem na maioria dos casos. Existe controvérsia quanto ao potencial de que antidepressivos em geral aumentem o risco de suicídio no início do tratamento. Isso ocorreria principalmente em pacientes entre 18-24 anos, porém, além de ter sido detectado raramente, o benefício dessas medicações é muito bem estabelecido, o que torna as vantagens muito maiores que o possível dano. Apesar disso, cautela é recomendável em todos os pacientes deprimidos quando começam farmacoterapia.
-Inibidores seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRN)
Componentes principais: venlafaxina (Efexxor), desvenlafaxina (Pristiq) e duloxetina (Cymbalta).
Além da ação sobre a serotonina, esses antidepressivos têm ação em outro neurotransmissor, a noradrenalina. Essa propriedade confere algumas ações especiais, como o maior efeito em potencial nos quadros depressivos mais graves ou refratários e ação sobre alguns tipos de dores crônicas e incontinência urinária.
Além dos mesmos efeitos colaterais dos medicamentos do grupo anterior, os ISRN causam com mais freqüência: boca seca, retenção urinária e constipação intestinal. Elevação pressão arterial é possível, porém na maior parte das vezes abordável clinicamente.
-Antidepressivos atípicos: mirtazapina e bupropiona
São medicações que têm ação diferente no sistema nervoso central, e por isso possuem efeitos colaterais bastante diferentes das outros antidepressivos citados. Ambas têm a vantagem de não gerar alteração da função sexual.
A mirtazapina frequentemente é utilizada para pacientes que queixam insônia e falta de apetite. Pode levar a ganho de peso importante, porém esse efeito é menor em idosos. Atua também reduzindo náuseas, o que pode ser útil em pacientes que utilizam quimioterápicos, por exemplo. Ocasionalmente, pode desencadear boca seca, elevação do colesterol e alteração da pressão arterial.
A bupropiona é mais conhecida pelo seu uso em pacientes que tentam interromper tabagismo, porém seu uso em pacientes depressivos é muito bem estabelecido. Tem contra-indicação nos casos de epilepsia ou transtornos alimentares, como anorexia e bulimia, devido ao potencial de desencadear crises convulsivas. Efeitos colaterais são pouco freqüentes e incluem boca seca, náuseas, insônia, tremor e possivelmente pequena perda de peso.
-Antidepressivos Tricíclicos
São medicações mais antigas e com atuações em várias vias de neurotransmissores do sistema nervoso central. Por conta disso, apresentam efeitos colaterais bem mais freqüentes, apesar de serem antidepressivos muito eficazes e terem uso muito bem estabelecido em várias outras doenças, como enxaqueca, fibromialgia, dores crônicas e síndrome do intestino irritável. Essas condições frequentemente necessitam de doses mais baixas do que as utilizadas no tratamento da depressão, entretanto o aumento posológico lento e progressivo é útil para aumentar a tolerância ao uso.
Inclui nortiptilina, imipramina, amitriptilina e clomipramina, que são medicações disponibilizadas também pelo Sistema Único de Saúde.
Têm contraindicação em alguns casos de alteração do ritmo cardíaco e alguns tipos de glaucoma, além de terem o potencial de gerarem ganho de peso importante e elevação do colesterol e triglicérides. Outros efeitos colaterais comuns são boca seca, connstipação intestinal, tonteira, tremores.
Além desses há outras medicações utilizadas em casos especiais ou em combinação, para situações de resposta insuficiente ao uso de um único fármaco.